sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Minha mãe me contou!

Por Cláudia Corrêa

Certa vez um repórter perguntou ao grande teólogo Karl Barth:
– O Senhor já escreveu extensos livros sobre Deus; como o senhor pode saber se tudo isso é verdade?
Dizem que o versado alemão respondeu:
– Minha mãe me contou.

Eu (Cláudia) sei exatamente o que ele quis dizer. Pois fui criada em um ambiente religioso, filha de pai batista e mãe assembleiana, precisamente fiz minha decisão aos 7 anos de idade e minha fé foi sendo moldada desde lá. E pensando agora, é impressionante que essa fé que passei a cultivar tão cedo na vida tenha permanecido comigo até hoje.

Será mesmo?

Quando eu era criança, não analisava as provas para aceitar ou rejeitar os dogmas religiosos. Na verdade, eu nem sabia que tinha o poder de escolha. Quando eu estava na complicada fase da adolescência, tinha milhões de dúvidas a meu respeito, mas minha fé permaneceu firme. Resisti à pressão do grupo, de colegas do colegial e aos seus convites para experimentar drogas e álcool.

Na faculdade, aprendi a não engolir tudo goela abaixo, mas criticar e questionar.  Afinal existe uma verdade absoluta? Fui estimulada a questionar pressuposições das áreas mais variadas. Então era inevitável que eu acabasse questionando minha fé e os versículos memorizados na Escola Bíblica Dominical quando criança, já não era mais aquela garotinha que aceitava tudo.

Lembro-me de uma situação que me levou a mergulhar em um mar de desespero e dúvida. Foi quando houve algo que mexeu com a estrutura de nossa família, uma única atitude, um único momento, trouxe a tona resultados devastadores. Naquele momento, tudo o que tinha aprendido pareciam ter pouca relação com as minhas crenças. Eu só estava pedindo uma providencia divina.

Por quê? Por quê? Por que estava acontecendo isso com minha família?

Não sei dizer quanto tempo permaneci nas sobras, na dor, no choro, mas em algum momento do meu solitário questionamento percebi algo que acabou revolucionando a minha fé: eu não tinha tempo pra ficar questionando e lamentando o “porque” dos acontecimentos, eu precisava está a sós com Deus.

Confesso que foram momentos únicos no meu quarto, que são difíceis de explicá-los, mas que os sinto até hoje, o choro outrora de dor, se transformou em confiança, de que Ele estava agindo, algo que tinha sido posto de lado no momento em que duvidei que Ele não estivesse comigo.
Foi então que senti uma alegria imensurável!!!

Sabe, é como se antes o conhecesse de ouvir falar, depois disso, meu relacionamento começou a fluir. Então, como bem disse Karl Barth: – Minha mãe me contou.
Sim, minha mãe também me contou, mas foi preciso minha própria experiência com Deus para senti e conhecê-LO.

“O abismo infinito só pode ser preenchido por um objeto infinito e imutável, ou seja, pelo próprio Deus”.  
 Blaise Pascal.

7 comentários:

  1. é verdade, Claudia...

    todos sempre me contavam. Mas é sempre melhor a gnt experimentar a maravilha q é o nosso Deus. E só quem teve um particular com ele é capaz de dizer como é maravilhoso estar diante de um ser tão grande quanto Ele. =D

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  2. Isso é verdade, é impossível conhece-lo e não amá-lo...
    Seu amor nos constrange e nos comove, como vc bem falou nada melhor que um "particular", só entende quem tiver sua própria experiência c/Deus.

    ps: Eiii, psiu, já teve a sua?

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  3. Parabéns Cláudia pelo texto.

    Assim como como filho de Crente não é crentinho, e melhor que conhecer por ouvir falar é conhecer de andar com ele como experimentou muito bem Jó.

    A parte que cabe aos pais é a de instruir o menino no caminho em que deve andar, mas a parte de se desviar ou não do caminho, essa é uma escolha pessoal. o amadurecimento na fé só vem com o discipulado aplicado pela vida assim como o marinheiro precisa de algumas tempestades para conhecer bem o mar e navegar de forma segura.

    Deus continue te abençoando Cláudia e revelando seus caminhos.
    Grande Beijo.

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  4. Amém, Emmanoel tenho certeza que vc já teve seu particular c/o Pai...

    O mais interessante é que quanto mais eu O conheço, mais eu O amo!

    Obrigada por estar aqui, és bem vindo!

    Bjs c/carinho

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  5. Esse texto diz muito sobre mim, só que ainda estou na fase dos questionamentos, espero me sair tão bem quanto vc na minha experiência.
    Parabéns pelo texto Cacau.
    Bjinhus

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  6. que o Senhor se revele mais e mais a vc...pra publicares palavras que edifica o leitor...obrigado!

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    1. Obrigada pelas palavras de incetivo querido, espero que seja um seguidor do Blog.

      Um grande abraço e bjs com carinho Deus o abençoe!!!

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